Enquanto parte da esquerda tentava conter os avanços de uma extrema direita homicida com abaixo-assinado, abraços quentinhos e poesia, o controverso deputado André Janones estava na linha de frente, mostrando que, para combater defensores de armas, às vezes é preciso ações e estratégias mais eficazes e inteligentes do que flores e emojis de corações. Eruditos e pacifistas podem torcer o nariz para táticas e reações agressivas, algumas no limite da lei, mas, afinal, não é disso que se trata a guerrilha digital? Será que o amor teria vencido, e hoje eu estaria escrevendo estas linhas vivendo em uma democracia, não fosse a abençoada raiva de pessoas indignadas? O questionamento acima é da escritora e roteirista Tati Bernardi, mas poderia ser de qualquer pessoa que tenha acompanhado atentamente o período que antecedeu as eleições de 2022 no Brasil. O que não faltou foi tentativa cheia de boa intenção, mas esvaziada em efetividade no combate à ascensão do bolsonarismo. Se não fosse a atuação estratégica do autor deste Janonismo Cultural, André Janones, nas redes sociais e nas articulações políticas, muito provavelmente o resultado nas urnas não teria sido o mesmo. Janones foi incansável na batalha pela retomada da democracia no Brasil. Seu papel na campanha vitoriosa que impediu a reeleição de Jair Bolsonaro foi definidor. Seu método, combativo e popular, que ficou conhecido como Janonismo Cultural, causou certo espanto em todos e demasiado incômodo nos oponentes antidemocráticos. Em sua união com Lula, assistimos à política emergente de nossos tempos se encontrar com a política tradicional de longa data. Juntas, somaram força, conseguiram se impor nas redes e ganharam a eleição. Aqui, entendemos como André Janones traçou sua metodologia de guerrilha digital de quebra, aprendemos como usá-la e temos acesso aos bastidores mais decisivos da história recente do país.